Introdução: As infecções e doenças ocasionalmente provocadas por parasitos estão relacionadas com as condições sanitárias, de infraestrutura e composição socioeconômica das comunidades. As crianças formam um grupo de maior susceptibilidade a parasitoses intestinais por não cultivarem hábitos de higiene de maneira adequada, pode desenvolver quadros como desnutrição, anemias, apatia, irritação, pode até mesmo comprometer o desenvolvimento cognitivo. Objetivo: Determinar o perfil epidemiológico das parasitoses intestinais em crianças e adolescentes em idade escolar da Baixada Cuiabana correlacionando com o perfil socioeconômico e condições sanitárias das comunidades estudadas. Material e métodos: Foram realizados exames parasitológicos de fezes em 77 crianças e adolescentes em idade escolar de 0 a 18 anos da baixada cuiabana, compreendendo a cidade de Nossa Senhora do Livramento e os bairros Jardim Moçoró em Cuiabá e Carrapicho em Várzea Grande, utilizando os métodos de Hoffman, Pons e Janer (sedimentação espontânea) e método de Faust e colaboradores (centrífugoflutuação) afim de aumentar a sensibilidade da pesquisa, associado a aplicação de um questionário socioeconômico com a família dos respectivos participantes. Resultados e discussão: A prevalência de infecções foi de 71, 42%, sendo 100% de Protozoários. A presença de instalação sanitária em todos os domicílios pode ser associada a não ocorrência de helmintoses. Os protozoários mais frequentemente encontrados nas amostras analisadas foram Giardia lamblia 26, 47%, Entamoeba coli 23, 52%, Endolimax nana 21, 57%. Foi evidenciado 29, 87% de coinfecções. O número de casos das parasitoses prevaleceu na faixa etária que compreende crianças com idade entre 5 e 10 anos. Os fatores sócios econômicos e hábitos precários de higiene mostraram íntima relação com as infecções relatadas.