A idéia principal desta contribuição e somar a meus colegas arqueólogos e outros pesquisadores afins uma abordagem das perspectivas da arqueologia pública no Brasil. Para tal desafio seria necessário entender e localizar o Patrimônio Cultural Arqueológico nas instituições públicas do país e as questões normativas que possibilitam sua gestão. Entretanto, acredito que outras contribuições deveram ser somadas a esta que estará ocupada em decodificar a política pública para a proteção e preservação do patrimônio cultural arqueológico. Sendo assim, nossa abordagem terá um viés preferencial de análise das recentes ações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), instituição no Brasil com prerrogativas constitucionais para gerir e atuar em prol da questão arqueológica.

O advento do aprofundamento do neoliberalismo em gestação alguma décadas no mundo, chega de forma periférica e perversa aos países de terceiro mundo. O Brasil, país de dimensões continentais, de diferenças gigantescas, de pobreza atroz e riqueza acintosa, tenta de alguma forma, mesmo que pedestre, valorizar seu patrimônio como forma de reinventar seu povo colonizado para uma cidadania cultural centrada na alteridade. Devemos dizer que tal assertiva é mais um projeto de muitos e desejo de alguns, do que uma vontade coletiva em processo.